quinta-feira, 30 de junho de 2011

Fofoca corporativa



                    "Cuidado quando for falar de alguem, e não desonre o nome dela”.

Atire a primeira pedra aquele que nunca teceu um comentário ácido sobre alguma pessoa no trabalho.
Como somos convivas obrigatórios, nem sempre você e aquele seu coleguinha de sala tornam-se melhores amigos. Passamos o dia esbarrando nossas auras com as de pessoas que certamente não escolheríamos para uma amizade e essa coexistência compulsória, eventualmente, nos incomoda a ponto de falarmos de alguém pelas costas, como numa espécie de desabafo, de busca de respostas, de oportunidade de justificativas. Nossos encontros no ambiente corporativo somam bons colegas, conhecidos de "bom dia e boa tarde", rivais e até alguns amigos.
Os amigos são aqueles que nos dão conforto emocional e a segurança de podermos contar com alguém nessa seara hostil, já os adversários, os vislumbrar ao longe basta para nos causar náuseas e arrepios.
O que seria nesse contexto a fofoca corporativa? Talvez seja aquela exata hora em que você não agüenta mais aquela mala que te enche o dia inteiro e manda ver nos podres dessa pessoa, ou então aquele "babado" que ocorreu no dia da reunião, ou o que todos comentam: os casinhos, as rixas, as falhas do outro.
A fofoca corporativa é inevitável e quem quiser fugir dela, pode desistir, porque a fofoca corporativa tem delivery, sempre vem alguém na sua sala te contar alguma coisa, que você não perguntou e que talvez nem queira saber, também todos, um dia, tiveram ou terão o seu nome sibilando por entre as presas e o veneno das serpentes da fofoca corporativa, não tem jeito.
A intriga corporativa não é muito prejudicial a quem somente ouve, quem vive de leva e trás é quem está perdendo o seu precioso tempo produtivo ocupando-se da vida do outro.
A vítima da fofoca corporativa não deve tampouco preocupar-se excessivamente, a não ser que uma calúnia esteja sendo plantada com o objetivo de prejudicar essa pessoa e até sua vida particular, nesses casos, existe o Código Civil, para enquadrar e punir o fofoqueiro criminoso.
A fofoca corporativa pode até ser divertida, mas lembre-se de puxar a descarga quando o "leva-e-trás" virar as costas, porque reproduzir a fofoca pode ser perigoso e destrutivo, nunca acrescente dados à fofoca corporativa, se não agüentar, pese bem suas palavras sabendo que logo vão estar na "rádio peão" com pelo menos duas vezes mais purpurina.
Se tiver algo muito sério contra alguém, fale com a própria pessoa, com o seu chefe ou pague um terapeuta.
Uma curiosidade, como se sabe, é que, quanto mais baixo (nos dois sentidos) for o nível hierárquico ocupado pelo grupo fofoqueiro, maior a intensidade da fofoca corporativa, então se você é um fofoqueiro corporativo de plantão, pense mais em sua carreira e menos na vida dos outros, que talvez consiga escalar mais rápido a pirâmide do sucesso e se você, que já está avançado em sua escalada, vir-se sendo uma vítima da fofoca em seu trabalho, dê um muxoxo, concentre-se e continue subindo.
No mais, bom trabalho, boa carreira e não gaste jamais sua preciosa energia nem atire fora sua paz por causa das fofoquinhas das pessoinhas da sua empresa, enquanto você cresce, o maledicente vai estar sempre por lá ainda fofocando, e sempre que puder, fique fora do jogo corporativo da fofoca, pois seu imã diabólico é muito poderoso e uma vez dentro dele, você terá muito trabalho para sair. E se é pra ter trabalho, melhor ganhar dinheiro.

Sucesso e boa leitura.

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